Mato Grosso produz 760 mil kg de mel e integra apicultura às lavouras de soja e milho

Mato Grosso produziu 760 mil quilos de mel em 2024, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume coloca o estado na 14ª posição no ranking nacional. No Brasil, a produção total atingiu 67 mil toneladas, com o Paraná liderando o setor e respondendo por quase um sexto do total.

Mais do que gerar benefícios econômicos, a apicultura desempenha papel fundamental no equilíbrio ambiental, especialmente em regiões agrícolas. No norte de Mato Grosso, produtores de soja e milho têm aberto espaço para a instalação de apiários, permitindo que abelhas convivam lado a lado com as lavouras.

De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), as colmeias são posicionadas estrategicamente conforme a época do ano e a floração disponível. Durante o período de seca, elas são mantidas próximas a fontes de água. Além da produção, muitas propriedades têm se tornado espaços de aprendizado sobre sustentabilidade e convivência entre agricultura e natureza.

O produtor Luimar Luiz Gemi, de Sorriso, afirma que a integração entre abelhas e lavouras reforça a imagem de um campo sustentável. Em sua propriedade, ele abriu as porteiras para que apicultores instalassem caixas nas reservas legais, onde também cultiva grãos e fibras.

Em Nova Mutum, o produtor Andrey Costa Beber adotou prática semelhante há cinco anos. Atualmente, ele mantém 40 colmeias nas áreas de reserva ambiental e considera a presença das abelhas um “selo de sustentabilidade” da fazenda.

Benefícios para apicultores e agricultores

Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que a proximidade entre apiários e lavouras gera ganhos para ambos os lados. Durante a florada da soja, apicultores podem colher até 50 kg de mel por colmeia, três vezes mais que a média nacional anual por caixa.

Já para os sojicultores, as abelhas oferecem polinização suplementar, que pode aumentar a produtividade das lavouras em até 5%, além de elevar o peso dos grãos. O resultado é maior rentabilidade sem necessidade de novos investimentos ou degradação ambiental.