Conflitos no campo disparam 137% em MT e envolvem 518% mais pessoas, aponta CPT

Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta crescimento de 3.004% nos incêndios em áreas de disputa no estado, o mais afetado do país.

Área de desmatamento ilegal em MT/ O estado também apresentou aumento de 229,4% no desmatamento ilegal — Foto: Sema/MT

Mato Grosso registrou um aumento de 137,25% no número de ocorrências de conflitos no campo e de impressionantes 518,27% no número de pessoas envolvidas em 2024, em comparação com o ano anterior. Os dados são do Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2024, divulgados nesta quinta-feira (23) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

O relatório coloca Mato Grosso entre os estados mais violentos do país em praticamente todas as categorias analisadas. A violência cresceu em todas as regiões, com destaque para o Nordeste (40% de aumento) e Norte (34,5%).

Agressões e Vítimas

A CPT aponta que os principais responsáveis pelo agravamento dos conflitos são fazendeiros, empresários e grileiros.

  • Fazendeiros respondem por 60% das agressões.
  • A participação de empresários cresceu 180%.
  • A participação de grileiros aumentou 150%.

As principais vítimas continuam sendo povos e comunidades tradicionais. A violência contra esses grupos cresceu de forma desproporcional:

  • Quilombolas: Aumento de 1.717,4% na violência.
  • Posseiros: Aumento de 854%.
  • Indígenas: Aumento de 357,7%.

Incêndios, Desmatamento e Contaminação

O relatório acende um alerta máximo para a questão ambiental ligada aos conflitos.

Mato Grosso foi o estado mais afetado do país por incêndios em áreas de conflito, concentrando 25% de todos os casos registrados no território nacional. O aumento no estado foi de 3.004,6% nos incêndios e de 661,1% na destruição de pertences.

Outros fatores alarmantes incluem:

  • Aumento de 229,4% no desmatamento ilegal.
  • Aumento de 223,7% em ameaças de despejo.
  • Aumento de 200,3% em invasões.

Os conflitos pela água também se intensificaram, com aumento de 87,5% nas ocorrências e um crescimento de 723,9% no número de famílias envolvidas. Além disso, o relatório registra que 250 famílias foram intoxicadas por agrotóxicos em disputas por terra, um aumento de 108,3% nas contaminações gerais.

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