Operação em terra indígena destrói R$ 226 milhões em equipamentos do garimpo ilegal em MT

Ação já inutilizou 150 escavadeiras, 526 acampamentos e quase 500 motores em dois meses; facção criminosa é suspeita de atuar na região.

Operação combate garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé em MT — Foto: Ibama

A operação integrada entre forças de segurança na Terra Indígena Sararé, localizada em Pontes e Lacerda e que também alcança os municípios de Conquista D’Oeste e Vila Bela da Santíssima Trindade, já destruiu 150 escavadeiras hidráulicas e causou prejuízo superior a R$ 226 milhões ao garimpo ilegal. A ação de desintrusão, que começou em 1º de agosto, é coordenada pelo Ibama em conjunto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Funai, Força Nacional, Gefron, Polícia Civil e Polícia Militar de MT e GO, atendendo a uma determinação da Justiça Federal.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, até o momento já foram demolidos 526 acampamentos e destruídos 488 motores de garimpo. Também foram inutilizados 83 mil litros de óleo diesel, 150 litros de gasolina, 67 geradores e 600 metros de mangueiras de sucção.

A frota usada pelos criminosos também sofreu baixas: 9 caminhões, 1 caminhão-tanque, 9 tratores de esteira, 24 veículos leves e 101 motocicletas foram destruídos. As equipes ainda apreenderam ouro, mercúrio, armas de fogo — incluindo um fuzil calibre 5.56 mm —, munições e explosivos.

Confrontos e atuação de facção criminosa

Na última semana, houve confrontos entre agentes e garimpeiros, que resultaram na fuga de diversos invasores. Segundo o Ibama, integrantes da facção criminosa Comando Vermelho estariam escondidos no território indígena, armados e atuando no controle da extração ilegal de ouro.

O grupo também é investigado por envolvimento na destruição da Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Devastação do território

Com 67 mil hectares, a Terra Indígena Sararé já teve mais de 3 mil hectares devastados pelo garimpo. Estima-se que cerca de 2 mil garimpeiros e membros de organizações criminosas ainda estejam no local.

Desde 2023, mais de 460 escavadeiras foram neutralizadas em operações de fiscalização na região, considerada uma das mais afetadas pela exploração ilegal de ouro no país.

A operação de desintrusão segue sem prazo para encerramento.

Garimpo ilegal avança na Terra Indígena Sararé no Mato Grosso. — Foto: Fábio Bispo/Greenpeace

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