Policiais fecharam, na manhã desta terça-feira (30), uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas em Nova Mutum, a 242 km de Cuiabá. O galpão era utilizado para adulterar embalagens de cervejas com rótulos de marcas conhecidas e revendê-las na cidade e em municípios vizinhos.
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) vai analisar o conteúdo das garrafas para verificar se houve adulteração com soda cáustica. O perito Jomar Magalhães explicou ao site PowerMix que a principal suspeita é de que a substância fosse utilizada apenas na retirada da cola dos rótulos, mas não descartou a possibilidade de contaminação da bebida.
O caso ocorre na mesma semana em que São Paulo registrou intoxicações por metanol em bebidas industrializadas. Desde junho, seis ocorrências foram confirmadas, três delas fatais, além de outros dez casos em investigação.
Em Nova Mutum, cinco suspeitos foram flagrados no galpão do bairro Cidade Nova trocando rótulos e tampinhas de garrafas para simular marcas como Brahma, Original e Skol. Eles afirmaram ser de Brasília e disseram que atuavam na cidade há cerca de quatro meses. Segundo a Polícia, o grupo já havia comercializado mais de 10 mil caixas de cerveja.
O esquema funcionava com a compra de cervejas em Sinop (482 km de Cuiabá), transporte até o galpão e adulteração para revenda a preços abaixo do mercado. A quadrilha lucrava mais de 100% por engradado.
A Polícia Civil acredita que os cinco suspeitos atuavam como trabalhadores braçais e que um financiador, que não estava no local, comandava a operação. Também é investigada a participação de uma cervejaria que teria fornecido os produtos.
Os envolvidos foram presos em flagrante e levados à delegacia. As garrafas e materiais apreendidos serão periciados pela Politec. As investigações continuam.
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