O Brasil aceitou assumir a representação dos interesses diplomáticos da Argentina e do Peru em Caracas, capital da Venezuela, após o rompimento de relações entre esses países e o governo de Nicolás Maduro. A decisão inclui a proteção de seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado que se encontram asilados na residência diplomática argentina na capital venezuelana.
A expulsão de diplomatas argentinos foi parte de uma ação mais ampla de Maduro, que também expulsou representantes de outros cinco países - Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai - após contestarem sua vitória na eleição presidencial da Venezuela. A medida foi tomada em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que permite que um terceiro Estado proteja missões diplomáticas e interesses de nacionais de um país afetado em caso de ruptura de relações.
Entre os asilados estão figuras-chave da campanha de María Corina, como Magalli Meda e Pedro Urruchurtu, acusados pelo governo Maduro de envolvimento em supostos planos para fomentar a violência no país.
A situação dos colaboradores de María Corina se tornou crítica após a Argentina, sob o comando do presidente Javier Milei, endurecer sua postura contra o regime venezuelano, culminando na expulsão de diplomatas argentinos de Caracas. Diante das tensões e da possibilidade de invasão da residência diplomática argentina, o Brasil foi solicitado a intervir, assegurando a segurança dos asilados e evitando uma crise internacional.
Com a saída dos diplomatas argentinos prevista para esta semana, o Brasil também assumirá as funções consulares, garantindo assistência aos cidadãos argentinos em território venezuelano. A líder opositora María Corina, em uma mensagem nas redes sociais, expressou gratidão ao governo brasileiro pela disposição em assumir essa responsabilidade. "Agradecemos o governo do Brasil pela disposição em assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela, e a proteção de sua sede e residência, bem como a integridade física de nossos colegas asilados na referida residência", escreveu no X.