Mato Grosso registrou um aumento alarmante de 335% nos focos de queimadas em agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até a tarde desta terça-feira (27), o sistema BDQueimadas contabilizou 10.424 focos de incêndio no estado, enquanto no mesmo período do ano passado foram registrados 2.396 focos.
O município de Colniza lidera o número de ocorrências, com 906 focos registrados em 2024, um aumento de 184% em relação aos 319 focos observados no ano passado. Em Cuiabá, o número de focos saltou de 50 para 160, representando um aumento de 220%. Outros municípios, como Barra do Garças e Comodoro, também apresentaram aumentos expressivos de 4342% e 1477%, respectivamente.
A atual crise é agravada por uma estiagem histórica, considerada a mais severa desde 1980. A seca, que começou em junho do ano passado, combinada com temperaturas recordes e bloqueios atmosféricos que impediram a chegada de frentes frias, tem tornado o clima ainda mais seco, facilitando o surgimento e a propagação de focos de calor.
O Corpo de Bombeiros do estado está mobilizado para combater os incêndios, com mais de 190 bombeiros militares atuando em 39 frentes de incêndio nesta terça-feira (27). No Pantanal mato-grossense, os esforços se concentram em três áreas críticas: a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço; a divisa entre Cáceres e a Bolívia; e a Fazenda Cambarazinho, em Poconé. Outros municípios gravemente afetados incluem Santo Antônio do Leverger, Sinop, Sorriso, Nova Mutum e Confresa.
As ações de combate aos incêndios são monitoradas por satélites de alta tecnologia, que permitem a análise da expansão e comportamento do fogo, auxiliando na orientação das equipes em campo. Mesmo com esses esforços, o cenário segue crítico, e a população do estado enfrenta grandes desafios para conter a devastação causada pelas queimadas.
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