Um fazendeiro foi multado em R$ 50 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) após causar um incêndio que devastou mais de 7.500 hectares de vegetação nativa do Pantanal, em Poconé, Mato Grosso. O incêndio, ocorrido na última terça-feira, 27 de agosto, destruiu uma área equivalente a 10.500 campos de futebol.
O Ibama, utilizando imagens de satélite e análise geoespacial, identificou o responsável pela destruição. A área afetada foi embargada e poderá ser reutilizada apenas após um processo de restauração ambiental, que deverá ser conduzido pelo próprio fazendeiro. Além disso, o suspeito está proibido de realizar financiamentos enquanto não cumprir as exigências de recuperação.
A multa de R$ 50 milhões foi estabelecida com base na extensão da área queimada, a gravidade dos danos e o valor por hectare estipulado pela legislação para infrações ambientais desse tipo.
A ação faz parte da Operação Apoena, realizada pelo Ibama em colaboração com as Divisões Técnico-Ambientais (Ditecs) e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), sob a Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro). O objetivo da operação é realizar vistorias diárias em áreas prioritárias, como o Pantanal e a Amazônia, para coibir o uso irregular do fogo e prevenir incêndios florestais.
O Pantanal, a maior planície contínua inundável do planeta e uma importante Reserva da Biosfera reconhecida pela Unesco e pela Constituição Federal Brasileira, sofreu um impacto significativo. Neste ano, o governo de Mato Grosso antecipou a proibição do uso do fogo no bioma até 31 de dezembro, em resposta à crise hídrica e aos efeitos do fenômeno La Niña.
De janeiro até 3 de setembro, Mato Grosso registrou 28,2 mil focos de queimadas, posicionando o estado como o mais afetado no Brasil. Somente em agosto, foram contabilizados mais de 14,6 mil focos, um recorde para o mês nos últimos dez anos, segundo dados do Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A estiagem severa, a pior da história segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), contribui para o cenário crítico, com Cuiabá enfrentando uma seca que já dura 130 dias.
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