Quinta, 10 de Outubro de 2024 22:02
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Polícia Operação infiltrados

Grupo criminoso monopoliza venda de drogas e usa ações sociais para conquistar comunidades, aponta investigação

Operação Infiltrados desmantela organização criminosa liderada por irmãos que atuavam em 21 bairros da cidade; investigações revelam envolvimento em tráfico, homicídios e lavagem de dinheiro.

28/09/2024 08h41 Atualizada há 2 semanas
Por: Mizael Duarte Fonte: Pág9ina Press
Divulgação/PJC
Divulgação/PJC

A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Rondonópolis revelou, nesta sexta-feira (27), que o grupo alvo da Operação Infiltrados, deflagrada pela Polícia Civil, vinha monopolizando a venda de drogas na maior região do município, controlando atividades ilícitas em 21 bairros. As investigações, que começaram em 2022 após a prisão de diversos traficantes, apontaram que a organização criminosa, liderada pelos irmãos D.V.D.C., de 33 anos, e G.V.D.C., de 27, tinha como principal objetivo dominar o tráfico na área da Vila Operária.

Os irmãos controlavam o comércio de entorpecentes em bairros como Itapuã, Primavera, Ipiranga, Querubim, Jardim Assunção e Parque das Laranjeiras. Além do tráfico, o grupo promovia atividades como bingos, rifas e torneios de futebol, supostamente com fins assistencialistas, como a compra e distribuição de cestas básicas. Esse tipo de ação, segundo a investigação, visava aproximar a organização criminosa das comunidades, em especial jovens e crianças, promovendo sua ideologia sob o disfarce de apoio social.

Estrutura familiar no crime

A investigação também revelou a participação de outros membros da família na organização. L.V.D.C., de 29 anos, presidente da Associação dos Familiares e Amigos de Recuperandos de Rondonópolis (Afar), estaria à frente da entidade que promove a integração do grupo com as comunidades. Outra irmã, L.V.C., de 39 anos, também foi identificada como integrante do grupo. Os três irmãos foram alvos da Operação Reditus, em 2018, e têm mandados de prisão preventiva em aberto por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio qualificado e participação em organização criminosa.

De acordo com o delegado Fábio Nahas, os irmãos continuam exercendo o monopólio da venda de drogas na região da Vila Operária e controlam uma rede de crimes que inclui homicídios, tortura, extorsão e lavagem de dinheiro, além de decidir sobre o destino dos lucros ilícitos, que são investidos em estabelecimentos comerciais e na gestão da Afar.

Controle financeiro e expansão

Durante a investigação, foi constatado que G.V.D.C., além de gerenciar o tráfico local, tem papel central na arrecadação de valores provenientes da venda de drogas, não apenas em Rondonópolis, mas também em cidades como Barra do Garças e Campinápolis. O dinheiro é movimentado por contas bancárias vinculadas a representantes do grupo espalhados pelos bairros controlados.

As investigações continuam em andamento, com a Polícia Civil empenhada em desarticular toda a rede criminosa, que além de atuar no tráfico de drogas, vinha se consolidando como uma força de poder local, utilizando meios ilícitos para ampliar sua influência nas regiões mais vulneráveis da cidade.

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