Lauremília Lucena, primeira-dama de João Pessoa, foi presa na manhã deste sábado (28) em uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga a suspeita de aliciamento violento de eleitores. A ação faz parte da terceira fase da Operação Território Livre, que apura o envolvimento de políticos locais com o crime organizado durante o período eleitoral. O prefeito Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição na capital paraibana, classificou a prisão de sua esposa como "um ataque covarde e brutal" e afirmou que se trata de uma "prisão política".
Segundo a Polícia Federal, Lauremília é suspeita de realizar nomeações para cargos públicos em troca de facilitação de acesso a comunidades controladas por facções criminosas. A investigação aponta que a primeira-dama teria mantido contato com lideranças ligadas ao crime organizado que exercem controle sobre bairros periféricos de João Pessoa.
Além de Lauremília, Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, sua secretária, também foi presa. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Eleitoral.
De acordo com a PF, a ação de Lauremília Lucena envolveria acordos com criminosos locais para garantir apoio eleitoral em troca de benefícios, como cargos na prefeitura e influência nas decisões administrativas. O esquema seria uma tentativa de consolidar o domínio sobre áreas vulneráveis da cidade para assegurar votos ao prefeito Cícero Lucena, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
Em nota, o prefeito Cícero Lucena reagiu com veemência à prisão da esposa, alegando que a operação tem caráter político. "Essa prisão é desproporcional e injusta. Lauremília tem residência fixa e sempre esteve à disposição para colaborar com a Justiça. O uso de força neste caso é claramente uma estratégia de adversários que buscam tomar o poder a qualquer custo", afirmou o prefeito.
A Operação Território Livre já havia ganhado destaque anteriormente com a prisão da vereadora Raíssa Lacerda (PSB), suspeita de participar de um esquema semelhante de coação de eleitores. Lacerda foi detida em julho e renunciou à sua candidatura à reeleição após ser acusada de integrar o esquema criminoso. A defesa da vereadora nega as acusações e sustenta que ela é vítima de perseguição.
Outro nome envolvido nas investigações é a filha de Cícero Lucena e Lauremília, que está sendo investigada por supostos laços com a facção Okaida, organização criminosa que atua na capital. Em uma conversa interceptada pela PF, a filha do casal teria negociado favores com um líder da facção, incluindo cargos e ajudas financeiras para familiares dos criminosos.
Mesmo com as acusações envolvendo sua família, Cícero Lucena continua liderando a corrida eleitoral em João Pessoa. De acordo com a mais recente pesquisa do Instituto Real Time Big Data, divulgada na última quarta-feira (25), Lucena aparece com 53% das intenções de voto, o que indica chances de reeleição no primeiro turno.
Na disputa pelo segundo lugar, há um empate técnico entre Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos), ambos com 13%, e Marcelo Queiroga (PL), que tem 10% das intenções de voto. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Com a prisão da primeira-dama e o desenrolar das investigações, o cenário eleitoral pode sofrer mudanças nos próximos dias, especialmente se as acusações forem confirmadas. Enquanto isso, o prefeito Cícero Lucena segue firme em sua campanha, defendendo que sua gestão tem sido alvo de ataques políticos e prometendo seguir em frente na disputa pela reeleição.
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