O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou nesta quinta-feira (31) a Operação Lobo Mau, com o objetivo de desarticular uma rede criminosa de produção, armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantil. A operação, realizada em conjunto entre as unidades do Gaeco de São Paulo e de Mato Grosso, resultou na prisão em flagrante de um diretor de escola em Cuiabá e de um jovem de 19 anos em Tangará da Serra.
De acordo com o Gaeco, foram expedidos 94 mandados de busca e um de prisão em 20 estados da federação, além do Distrito Federal. Em Mato Grosso, a ação envolveu 25 agentes, que efetuaram as prisões e buscas em Cuiabá e Tangará da Serra.
As investigações
A investigação foi conduzida pelo Gaeco de São José do Rio Preto, em São Paulo, em colaboração com a Polícia Civil paulista, coordenada pelo Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 5). Contando com o apoio da Agência de Investigação Interna (Homeland Security Investigations - HSI) dos Estados Unidos e da Embaixada norte-americana, a força-tarefa visa combater a exploração sexual infantil na internet.
Segundo os investigadores, criminosos simulam ser menores de idade em plataformas digitais para aliciar crianças e adolescentes, induzindo-os a produzir conteúdo de nudez e até de sexo. Esse material é consumido e distribuído em grupos fechados de troca de mensagens, como Telegram, Instagram, Signal, WhatsApp e até em ambientes de jogos virtuais, como o Roblox.
Operação Lobo Mau
O nome da operação faz alusão ao "predador sexual" que se disfarça de pessoa comum para ganhar a confiança de suas vítimas. Esse tipo de crime, segundo as autoridades, é potencializado no ambiente digital, onde o anonimato facilita o aliciamento.
A operação mobilizou equipes das Polícias Civis e Ministérios Públicos de 20 estados, incluindo Acre, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, e das Polícias Militares de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Dispositivos eletrônicos e equipamentos utilizados na produção e armazenamento do material ilícito estão sendo apreendidos para análise forense. A expectativa é que a operação ajude a identificar outros membros da rede e reforce a importância de uma atuação coordenada no combate a crimes de abuso sexual infantil.