O tribunal do júri condenou os assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram sentenciados a cumprir pena em regime fechado: Lessa receberá 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, enquanto Élcio foi condenado a 59 anos, 8 meses e 10 dias. A sessão foi encerrada nesta quinta-feira (31/10), às 18h30, no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Além da pena, ambos foram condenados a pagar uma indenização por danos morais no valor total de R$ 706 mil às vítimas: Arthur (filho de Anderson), Ágatha (esposa de Anderson), Luiara (filha de Marielle), Mônica (viúva de Marielle) e Marinete (mãe de Marielle). Também foi estipulado que eles devem pagar uma pensão até os 24 anos para o filho de Anderson Gomes.
Os réus ainda terão que arcar com as custas do processo, e a prisão preventiva foi mantida. O pedido de recorrer em liberdade foi negado. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) havia solicitado a pena máxima de 84 anos para ambos.
Durante os debates, o promotor Fábio Vieira classificou Lessa e Élcio como “sociopatas” e afirmou que eles confessaram o crime não por arrependimento, mas em busca de algum benefício. Ele destacou que os acusados receberam treinamento público para manuseio de armamento.
A defesa de Lessa, representada pelo advogado Saulo Carvalho, concordou com a condenação, mas pediu que fosse justa. Ele questionou a motivação torpe alegada pela acusação. Já a advogada de Élcio, Ana Paula, argumentou que ele apenas dirigia o veículo e não tinha conhecimento de que o motorista da vereadora também seria morto, defendendo que isso deveria resultar em uma menor participação no crime.
Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são acusados de serem os mandantes do assassinato, que teria como objetivo silenciar Marielle Franco, que supostamente atrapalhava interesses pessoais deles, como nomeações no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e a regularização de loteamentos irregulares em áreas dominadas por milícias na zona oeste do Rio de Janeiro. O caso dos mandantes está sendo processado separadamente no Supremo Tribunal Federal (STF), e outras três pessoas também foram denunciadas, incluindo dois policiais que trabalhavam para os irmãos e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.
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