Francivaldo Moreira Pontes, conhecido pelos apelidos de "Ban" e "Sangue Bom", apontado como o principal financiador e articulador da quadrilha do “Novo Cangaço” que aterrorizou Confresa (MT) em abril de 2023, foi morto nesta terça-feira (26) durante confronto com policiais civis na Comunidade de São Pedro de Viseu, no município de Mocajuba, no interior do Pará. A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Mato Grosso.
De acordo com os investigadores, Francivaldo reagiu com disparos de arma de fogo ao ser abordado durante uma operação para recapturá-lo. Os policiais revidaram e o criminoso foi baleado. Apesar de ser socorrido, ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Com ele, foi apreendido um fuzil AK47 e munições de uso restrito, indicando seu envolvimento contínuo em atividades criminosas.
Francivaldo era considerado um dos líderes de uma facção criminosa paulista e acumulava três mandados de prisão em aberto. Ele era conhecido pelo planejamento de crimes violentos contra o patrimônio, especialmente na modalidade "domínio de cidades", caracterizada por ataques coordenados a municípios com o uso de explosivos e armas de alto calibre.
No ataque em Confresa, realizado em 9 de abril de 2023, a quadrilha invadiu a cidade com cerca de 20 membros para roubar a transportadora de valores Brink’s. Durante a ação, os criminosos incendiaram veículos na base da Polícia Militar e detonaram explosivos dentro da transportadora, mas não conseguiram levar o dinheiro. O caso foi investigado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Delegacia Regional de Vila Rica, que identificaram a liderança de Francivaldo no planejamento do crime.
Ele também foi alvo da Operação Pentágono, deflagrada em outubro de 2023, que cumpriu 35 mandados judiciais contra membros da organização criminosa. Parte dos envolvidos no ataque de Confresa já foi sentenciada pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, com penas que somam 191 anos de prisão.
Francivaldo acumulava um histórico de ações violentas em outros estados. Em janeiro de 2007, liderou um ataque a agências bancárias em São Gotardo (MG), onde o grupo assassinou um policial militar e fez reféns o juiz, o delegado e outras autoridades locais. Para esse assalto, utilizaram um fuzil .50, arma de alta potência capaz de derrubar helicópteros.
Fora do Sistema Penitenciário paraense desde 2015, Francivaldo utilizava diversos nomes falsos, incluindo Renato Barbosa Sousa e Ronaldy Leão da Gama, para evitar sua captura.
A localização de Francivaldo foi possível graças à troca de informações entre as Polícias Civis de Mato Grosso, Minas Gerais e Pará. Ele foi encontrado em uma ilha isolada na região de São Pedro de Viseu, onde vivia foragido. As investigações continuam para apurar possíveis conexões de Francivaldo com outros crimes em andamento e identificar os membros remanescentes da quadrilha.