O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, dissolveu nesta sexta-feira (27) o Parlamento e oficializou a convocação de eleições antecipadas para 23 de fevereiro de 2024. A medida ocorre após o colapso do governo do social-democrata Olaf Scholz, em meio a disputas internas dentro da coligação sobre como revitalizar a principal economia da União Europeia (UE).
A crise ganhou novos contornos após um acidente fatal no mercado de Natal em Magdeburg, na semana passada, que reacendeu discussões sobre segurança e migração no país. A instabilidade política gerou preocupações tanto nacionais quanto internacionais, levando Steinmeier a destacar a necessidade urgente de um governo forte e estável.
Em discurso, o presidente alemão reforçou os desafios que aguardam o próximo governo, incluindo a instabilidade econômica, os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, além de questões envolvendo migração e mudanças climáticas. Steinmeier também pediu uma campanha eleitoral conduzida com "respeito e decência", alertando contra o uso de estratégias desleais e a influência de redes sociais, como a X (antigo Twitter), controlada pelo empresário Elon Musk.
A UE já havia anunciado, em 17 de dezembro, uma investigação sobre o TikTok após suspeitas de que a plataforma teria sido usada pela Rússia para influenciar as eleições presidenciais na Romênia, que foram anuladas. Steinmeier reiterou a preocupação com a disseminação de desinformação durante campanhas eleitorais, classificando o ódio e a violência como "venenos para a democracia".
Olaf Scholz continuará ocupando o cargo de chanceler interino até a formação de um novo governo, processo que pode levar meses. A dissolução do Parlamento marca um período de incerteza para a Alemanha, enquanto o país se prepara para enfrentar uma eleição decisiva em meio a crises internas e externas.