Militares venezuelanos fecharam, nesta sexta-feira (10), a fronteira com o Brasil no final da BR-174, que liga o estado de Roraima ao país vizinho. A medida ocorre no mesmo dia da posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato presidencial. A eleição que garantiu a continuidade de Maduro no poder foi amplamente contestada internacionalmente, agravando tensões diplomáticas com o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fechamento unilateral e reações
Imagens enviadas por moradores da região mostram militares venezuelanos utilizando cones e barreiras para impedir a passagem de veículos na rodovia. Apesar do bloqueio, cidadãos venezuelanos continuam acessando o território brasileiro por rotas alternativas.
De acordo com agentes que monitoram a situação, o fechamento foi decidido de maneira unilateral pelo regime de Maduro, mas ocorreu de forma pacífica. Uma viatura da Polícia Militar de Roraima foi vista no local para garantir a segurança.
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) confirmou a decisão das autoridades venezuelanas e divulgou uma nota orientando cidadãos brasileiros a acionarem os plantões consulares, em caso de emergência, pelos números disponíveis para Caracas e Santa Elena de Uairén.
Impactos e justificativas
Além da fronteira com o Brasil, a Venezuela também bloqueou o acesso com a Colômbia. Segundo Freddy Bernal, governador do estado de Táchira, o fechamento busca combater uma suposta “conspiração internacional para perturbar a paz” e deve durar até as 6h de segunda-feira (13), no horário de Brasília.
Maduro e as tensões regionais
Nicolás Maduro tomou posse após uma eleição marcada por acusações de falta de transparência, como a recusa em divulgar as atas de votação. O líder está no poder desde 2013, sucedendo Hugo Chávez, que governou a Venezuela por 14 anos.
A posse de Maduro também foi marcada por episódios de repressão, como a breve detenção da líder opositora María Corina Machado. Em meio à crise, o governo Lula tenta se posicionar como mediador, enviando uma diplomata brasileira para acompanhar a cerimônia em Caracas.
Enquanto as relações diplomáticas permanecem tensas, a BR-174 segue como símbolo de um cenário geopolítico complexo que afeta diretamente os cidadãos dos dois países.