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Mato Grosso registra aumento de 380% em mortes violentas de pessoas LGBT+ em 2024

Estado ocupa terceiro lugar no ranking nacional; relatório aponta subnotificação e destaca casos emblemáticos de violência motivada por LGBTfobia.

Redação
Por: Redação Fonte: Página Press
23/01/2025 às 11h27
Mato Grosso registra aumento de 380% em mortes violentas de pessoas LGBT+ em 2024
Thayla Santos de Souza, de 24 anos (Reprodução)

Mato Grosso registrou, em 2024, 24 mortes violentas de pessoas LGBT+ ou motivadas por LGBTfobia, representando um aumento de mais de 380% em relação a 2023, quando cinco casos foram contabilizados. Os dados são do relatório anual do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização de defesa dos direitos LGBT+ na América Latina.

O estado ficou atrás apenas de São Paulo, com 53 ocorrências, e Bahia, com 31. Entre os casos registrados, predominam homicídios, latrocínios, suicídios e outras causas violentas. Nacionalmente, o Brasil registrou 291 mortes violentas de pessoas LGBT+ em 2024, um aumento de 8% em comparação ao ano anterior.

Casos emblemáticos marcam o cenário em Mato Grosso. Thayla Santos de Souza, influenciadora digital de 24 anos, foi encontrada morta em uma rua do bairro Zero KM, em Várzea Grande, após três dias desaparecida. Testemunhas relataram que seu último contato foi com um cliente.

Outro caso foi o de Edson Diego dos Santos, de 18 anos, encontrado morto quatro dias após desaparecer em Nova Olímpia. Quatro pessoas foram presas, acusadas de torturá-lo e matá-lo por sua orientação sexual.

A morte da atriz trans e suplente de vereadora Santrosa, de 27 anos, repercutiu nacionalmente. Ela foi encontrada decapitada em uma área de mata em Sinop.

O relatório do GGB destaca que os dados são baseados em notícias da mídia, sites de pesquisa e correspondências enviadas à organização. Contudo, alerta para a possível subnotificação devido à falta de estatísticas oficiais sobre crimes de ódio contra a população LGBT+ no Brasil.

“Apesar desse esforço titânico, misturando paciência beneditina e faro de Sherlock Holmes, muitas matérias jornalísticas e registros policiais omitem informações cruciais sobre a orientação sexual ou identidade de gênero das vítimas, cor e detalhes sobre o modus operandi dos assassinos”, pontua o relatório.

A organização reforça a necessidade de políticas públicas e estatísticas precisas para combater a violência LGBTfóbica no país.

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