Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, presa pelo assassinato da adolescente Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, procurava gestantes nas redes sociais antes de cometer o crime. A informação foi confirmada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) durante as investigações. Emilly, que estava no nono mês de gestação, foi morta na última quarta-feira (12), em Cuiabá, para que seu bebê fosse roubado.
Nessa sexta-feira (14), Nataly passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. À Polícia Civil, ela confessou ter cometido o crime sozinha, alegando que sofreu dois abortos espontâneos e desejava ficar com o bebê.
Vídeos obtidos pela TV Centro América mostram que Nataly tentava contato com gestantes pela internet, oferecendo-se para "adotar" bebês. Em uma das conversas, ela sugeriu que o filho seria para uma suposta amiga que "não podia engravidar".
"Queria ver com você se conhece alguma gestante que não pode cuidar do bebê e queira doar", disse Nataly em um dos áudios. Em outra mensagem, ela explicou que uma grávida anterior desistiu da doação porque "não fez acompanhamento médico".
Emilly desapareceu na terça-feira (12) após sair de casa, em Várzea Grande, para buscar doações de roupas na residência de Nataly, no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. O corpo da adolescente foi encontrado em uma cova rasa com sinais de enforcamento e cortes no abdômen.
Segundo o perito Jacques Trevizan, Emilly ainda estava viva quando teve o bebê retirado. Sacolas plásticas foram usadas para abafar seus gritos, e a causa da morte foi hemorragia severa. A diretora de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano, afirmou que o corte foi preciso e feito por alguém com conhecimento técnico.
Nas redes sociais, Nataly se apresentava como bombeira civil e socorrista. A polícia investiga se ela teve ajuda no crime e determinou exames de DNA para confirmar se os três filhos da suspeita são, de fato, seus filhos biológicos.
No dia seguinte ao crime, Nataly foi até o Hospital Santa Helena, em Cuiabá, tentando registrar o recém-nascido como seu filho. A equipe médica suspeitou da história e acionou a polícia. Após exames confirmarem que Nataly não havia dado à luz, ela foi detida junto ao marido.
O bebê foi entregue à avó materna e está sob cuidados médicos. O delegado Caio Albuquerque destacou que há indícios de luta corporal antes do crime e que Emilly tentou se defender. O caso segue em investigação.