O embaixador do Brasil em Mianmar, Gustavo Rocha de Menezes, informou que os dez brasileiros residentes no país estão bem após o terremoto que devastou a região na última sexta-feira (28). Segundo ele, todos foram contatados logo nas primeiras horas após o desastre e seguem em segurança.
"Foram todos contatados nas primeiras horas após o terremoto de 28/03 e relataram que se encontravam bem. O setor consular permanece em contato com os brasileiros. Não temos, até o momento, registro de nacionais nas áreas afetadas", disse o embaixador ao G1.
Os brasileiros em Mianmar residem em Yangon, a maior cidade do país, e atuam principalmente em organizações internacionais, ONGs e escolas. A embaixada também informou que não há registro de turistas brasileiros no país no momento, nem pedidos de assistência consular. O número de visitantes tem diminuído nos últimos anos devido à intensificação dos conflitos armados na região. Em 2024, apenas 302 brasileiros visitaram o país, segundo o Ministério de Imigração e População local.
O governo brasileiro recomendou que se evitem deslocamentos para as áreas mais afetadas pelo terremoto, onde foi decretado estado de emergência: Sagaing, Mandalai, Bago, Shan Oriental, Mayway e a capital Naypyitaw.
O terremoto de magnitude 7,7 é considerado o mais mortal da história do país. Segundo dados atualizados do governo até este domingo (30), mais de 1,7 mil pessoas morreram, 3,4 mil ficaram feridas e outras seguem desaparecidas. Os tremores também atingiram a Tailândia, onde 17 mortes foram confirmadas, e a China.
Governado por uma junta militar desde 2021, Mianmar atravessa uma guerra civil e enfrenta isolamento internacional. Segundo o Banco Mundial, 40% da população vive abaixo da linha da pobreza. Devido às dificuldades no trabalho de resgate, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) emitiu um alerta vermelho, estimando que o número de mortes pode ultrapassar 10 mil pessoas.