Morre arquiteto do DF após transplante raro de cinco órgãos em São Paulo

Luiz Perillo aguardava há mais de quatro anos por um transplante multivisceral; procedimento de alta complexidade foi realizado pelo SUS no Hospital Albert Einstein.

Reprodução/Instagram

O arquiteto brasiliense Luiz Perillo, de 35 anos, morreu nesta terça-feira (30/9), em São Paulo, uma semana depois de passar por um transplante multivisceral considerado raro e de alta complexidade. O procedimento, que envolvia a substituição de cinco órgãos de um mesmo doador, era acompanhado de perto pela equipe médica do Hospital Albert Einstein.

Segundo a família, após o primeiro ciclo do transplante, Luiz apresentou um quadro de infecção. Os médicos decidiram interromper temporariamente as cirurgias para tratar a complicação, mas o paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. O falecimento foi comunicado nas redes sociais pelos familiares.

Transplante raro pelo SUS

Luiz Perillo iniciou o processo cirúrgico em 23 de setembro, quando recebeu fígado, pâncreas, estômago, intestino delgado e rim de um único doador. O transplante multivisceral passou a ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro deste ano, viabilizando casos de grande complexidade como o dele.

O arquiteto vivia sob cuidados médicos no Hospital Albert Einstein há mais de dois anos, à espera da cirurgia. Ele tinha trombofilia, condição caracterizada pela formação excessiva de coágulos sanguíneos, o que provocou, em 2019, a primeira trombose grave. Desde então, enfrentava complicações intestinais e renais que exigiram internações constantes e resultaram na retirada de parte dos órgãos da cavidade abdominal.

Em decorrência da falência intestinal e renal, Luiz chegou a pesar apenas 34 quilos. A cirurgia era considerada essencial para sua sobrevivência.

Jornada de resistência

A expectativa dos médicos era de que todas as etapas do transplante fossem concluídas até o dia 27 de setembro. Entretanto, após a primeira intervenção, foi necessário manter o paciente em observação e adiar a implantação do rim devido às complicações.

O caso de Luiz chamou atenção pela complexidade e pelo tempo de espera: mais de quatro anos na fila do SUS até que um único doador reunisse condições compatíveis para a cirurgia.

O Brasil é referência mundial em transplantes realizados pelo sistema público. Procedimentos como o multivisceral são raros, mas considerados um avanço importante na oferta de tratamentos de alta complexidade a pacientes que, de outra forma, não teriam condições de arcar com os custos.

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